Pós-graduanda Ádria Marques
Definição
É tida como uma queda maior de 50 % na contagem
plaquetária ou valores menores que 100.000 / mm³.( GOTTLIEB, IILAN .Trombocitopenia
em Unidade Coronariana:Relato de caso e revisão da literatura Revista da SOCERJ
- Mai/Jun 2005).
Trombocitopenia é o rebaixamento do número de
plaquetas no sangue. Esse rebaixamento é provocado por distúrbios na produção, na distribuição ou na destruição de plaquetas. Os defeitos na produção podem ser
causados por hipoplasia das células hematopoéticas primordiais, substituição da
medula normal e trombocitopoese ineficaz. A destruição de plaquetas pode ser
aumentada por distúrbios imunológicos ou ainda doenças não imunológicas. Assim
como esses distúrbios, problemas na distribuição de plaquetas ou decorrentes de
uma transfusão podem ocasionar trombocitopenia e todos serão explicados a
seguir(PIMENTA,J,R.Fisiologia médica. Trombocitopenia.
Faseh, 2005)
Tais distúrbios ou doenças são decorrentes de
fatores diferentes e têm conseqüências também diversas, mas a trombocitopenia
comum entre eles possui conseqüências próprias: as pessoas com trombocitopenia
têm tendência a sangramentos mucocutâneos, em geral por muitas vênulas ou
capilares, que ocasionam pequenas hemorragias puntiformes em todos os tecidos
corporais; e ainda podem apresentar púrpura (coleções de sangue na pele),
petéquias (são características de desordens plaquetárias e representam coleções
subcutâneas maiores, devido à perda sangüínea de vênulas e pequenas
arteríolas), e hematomas (são mais profundos e palpáveis que as equimoses,
sendo comuns em pacientes com defeitos de plaquetas)(PIMENTA,J,R.Fisiologia
médica. Trombocitopenia. Faseh, 2005).
Plaquetas
Plaquetas
As plaquetas são corpúsculos ou fragmentos de células gigantes, os megacarócitos, formadas na medulá óssea. Elas têm a forma de discos diminutos arredondados, e na realidade, não representam células e sim corpúsculos celulares.
Os megacarióticos se fragmentam em plaquetas, que são liberadas na circulação sanguínea. As plaquetas são de fundamental importância nos processos de hemostasia e coagulação do sangue. Quando ocorre lesão do endotélio de um vaso sanguíneo, as plaquetas são tivadas, aderindo ao local da lesão e aglutinando-se umas às outras. ao mesmo tempo liberam substâncias que ativam outras plaquetas, promovendo assim a formação de grupos plaquetários, que obstruem o local da lesão.
Essa é a principal função das plaquetas no fenômeno de homostasia. Além disso, as plaquetas participam ativamente da cascata da coagulação do sangue, liberando várias porteínas e lipoproteínas que ativam determinados fatores de coagulação (SOUZA, Maria Helena e ELIAS, Decio, 2a Edição, 2006).
Fig. I - Petéquisa Trombocitopnéicas
Diversas causas de trombocitopenia
Trombocitopenia causada por distúrbios na Produção
de plaquetas
A produção de plaquetas pode ser afetada por hipoplasia das células hematopoética
primordiais ou substituição
da medula normal por tecido anormal. Assim, quadros anormais como
leucemia, mielofibrose ou metástases que atinjam tais tecidos afetam a
plaquetometria. Nas metástases que atingem a medula óssea (tumores de mama,
pústulas e linfomas)e na mielofibrose (casa lesões fibrosistícas no tecido
medular) a diferenciação plaquetária é prejudicada devido a morte dos
megacariócitos. Já nas leucemias (a mieloide e a linfoide em estado mais
avançado) ocorre a deterioração de tecido medular em virtude da avidez
metabólica (em especial por aminoácidos e vitaminas) devido a eritopoiese
ineficaz.
Trombocitopenia causa por tromcipoese ineficaz
Nesse tipo de distúrbio são encontradas quantidades
normais ou aumentadas de megacariócitos devido à deficiência de vitamina B12 e
folato, necessários para a proliferação normal das células.
Trombocitopenia causada
por destruição aumentada de plaquetas
A destruição de plaquetas pode se dar por
distúrbios imunológicos ou não imunológicos.
Distúrbios imunológicos
Tem como principal representante a Púrpura Trombocitopênica Idiopática
(PTI) Essa doença é, na maioria das vezes, devida à existência de
anticorpos anti-plaquetários específicos, desenvolvidos por alterações do
sistema imunitário (doenças de autoagressão).
O diagnóstico é confirmado pela reduzida quantidade
de plaquetas no sangue circulante e pelo aumento do tempo de sangramento. Mais
comum nas crianças e mulheres jovens. A sua principal alteração é a
trombocitopenia, que produz hemorragias puntiformes (petéquias) disseminadas
pelo organismo, sangramentos pelas membranas mucosas e menstruações volumosas
nas mulheres. As hemorragias podem ser espontâneas ou desencadeadas por mínimos
traumas. Algumas viroses, especialmente em crianças, também podem desencadear a
doença.
O tratamento consiste na administração de
corticosteróides. Quando há recidivas frequentes, a esplenectomia pode produzir
longas remissões pelo fato que a retirada do baço, manteria um número adequado
de plaquetas circulantes, além de reduzir a quantidade de auto-anticorpos
antiplaquetários. Os pacientes que não respondem à esplenectomia (poucos) são
tratados com drogas imunossupressoras.
A Púrpura
Neonatal Aloimune (PNA) é o análogo, no território plaquetário, da
Doença Hemolítica do Recém-Nascido (DHRN). A PNA é causada pela passagem de
aloanticorpos maternos com especificidade para antígenos presentes no pai e no
feto. Esta passsagem de anticorpos inicia-se por volta da 14 semanas de
gestação. Hemorragia intracraniana fetal pode ocorrer em 10% dos casos antes de
30 semanas de gestação. O uso de imunoglobulinas endovenosas é efetivo embora a
resposta possa demorar até 3 dias. A comprovação diagnóstica depende da demonstração
de anticorpos anti-plaquetários no soro da mãe e da determinação do genótipo
plaquetário dos pais e do RN.
A Púrpura
pós transfusional é um
problema pouco comum e ainda não completamente conhecido, que ocorre,
geralmente em pacientes que são negativos para um antígeno específico da
plaqueta, chamado PLa1. A púrpura generalizada ocorre devido à presença de um
anticorpo específico da plaqueta anti-PLa1, que destroi as plaquetas
transfundidas e as próprias plaquetas PLa1 negativas do paciente. A trombocitopenia,
cujo primeiro sinal é o aparecimento da púrpura, manifesta-se seis a oito dias
após a transfusão de sangue. O tratamento inclui corticosteróides e
plasmaférese. Não está indicada a transfusão de plaquetas.
Distúrbios imunológicos de causas secundárias
Merece um comentário especial, dada sua freqüência
e a variabilidade de suas manifestações clínicas a trombocitopenia induzida por heparina que também se enquadra
nos distúrbios imunológicos, embora com ação indireta. A Heparina é usada em
determinados grupos de pacientes com a finalidade de prevenir trombose ou
impedir sua progressão, mas seu uso prolongado está relacionado à redução do
número de plaquetas circulantes.
Mais uma causa secundária de trombocitopenia por
distúrbio imunológico é o lupus Eritomatoso. È uma doença auto-imune sistêmica
que atinge preferencialmente as mulheres. A sintomatologia são
glomerulonefrite, exantemas cutâneos, artrite, anemia hemolítica e
trombocitopenia. Todos esses sintomas decorrem do desenvolvimento de uma grande
variedade de auto anticorpos específicos para receptores presentes nas
plaquetas.
Distúrbios não imunológicos
Tem como principal representante a Purpúra Trombocitopênica Trombótica
(PTT). É uma doença mais rara, caracterizada por cinco sinais e
sintomas: anemia hemolítica microangiopática, trombocitopenia, sinais
neurológicos, febre e alterações renais. Os sintomas neurológicos podem ser de
cefaléia, confusão, afasia e alterações da consciência da letargia ao coma.
A causa é desconhecida. Uma causa possível relatada
na literatura médica é o aumento de agregação plaquetária, causado pela
liberação de componentes plasmáticos secundários à lesão endotelial difusa.
Trombocitopenia causada por Distúrbios Plaquetários
O baço possui aproximadamente um terço da massa
total de plaquetas e pode aumentar de tamanho em resultado a desordens
associadas à esplenommegalia, como por exemplo, cirrose com hipertensão portal,
linfomas, etc. Essa mudança no número de plaquetas no baço pode resultar em
trombocitopenia no sangue circulante.
A patofisiologia da trombocitopenia associada à
esplenomegalia não foi ainda bem elucidada. Baços removidos cirurgicamente
possuem grande número de plaquetas aderidas às células retículo-endoteliais.
Isso pode acontecer devido a passagem dificultada das plaquetas pela tortuosa
vascularização do baço. Essa acumulação plaquetária é reversível, em contraste
com a remoção de plaquetas danificadas por complicações como PTI ( púrpura
trombocitopênica idiopática ). Porém há evidências de uma acelerada destruição
de plaquetas em vários casos de trombocitopenia associadad à desordens do baço.
A terapia indicada é geralmente para a
trombocitopenia sozinha, mas esplectomia ou oclusão da artéria esplênica, em
alguns casos, aliviam completamente a pancitopenia(PIMENTA,J,R.Fisiologia
médica. Trombocitopenia. Faseh, 2005).
Fisioterapia na Trombocitopenia
Plaquetas: se a contagem de plaquetas estiver entre
20 mil a 30 mil/mm3, podem ser realizados exercícios ativos leves, sem
resistência. Pacientes com contagem de plaquetas acima de 30 mil/mm3 podem
fazer exercícios ativos moderados, sem resistência. com plaquetas acima de 50
mil mm3, podem ser realizados exercícios ativos, com resistência. a percussão e
as manobras de vibração e compressão torácicas podem ser utilizadas somente com
plaquetas acima de 50 mil mm3. a vibração torácica isolada pode ser aplicada
com plaquetas acima de 30 mil mm3 (CIPOLAT,S;PEREIRA,B,B;FERREIRA,F,V.Fisioterapia
em Pacientes com Leucemia: Revisão Sistemática, Revista Brasileira de Cancerologia
2011).
Fig. II - Trombocitopenia induzida por Heparina
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 - CIPOLAT,S;PEREIRA,B,B;FERREIRA,F,V.Fisioterapia em
Pacientes com Leucemia: Revisão Sistemática, Revista Brasileira de
Cancerologia 2011
2 - GOTTLIEB, IILAN .Trombocitopenia em Unidade Coronariana:Relato
de caso e revisão da literatura Revista da SOCERJ - Mai/Jun 2005
3 - PIMENTA,J,R.Fisiologia médica. Trombocitopenia. Faseh, 2005
muito bom o conteudo!!
ResponderExcluirME CHAMO LIDIANE, TENHO 32 ANOS E SOU PORTADORA DE ESCLEROSE MÚLTIPLA. FAÇO CONTROLE DA DOENÇA COM O MEDICAMENTO COPAXONE JÁ HÁ 2 ANOS. ESPORÁDICAMENTE APARECEM MANCHAS ROXAS EM MINHAS PERNAS, INDOLORES, QUE FICAM UNS 15 - 20 DIAS E DEPOIS SOMEM. AGORA, JÁ HÁ 4 DIAS, TENHO APRESENTADO CONTAGEM DE PLAQUETAS 114, DEPOIS 111 E O ÚLTIMO 110.000. OS MÉDICOS DIZEM QUE E DENGUE, MAS NÃO TENHO OUTROS SINTOMAS DA DOENÇA. O QUE PODE SER?M ALGUMA ORIENTAÇÃO? lidilee18@yahoo.com.br.
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