BÁRBARA LIMA
A instituição
da ventilação mecânica invasiva é um método que requer cuidados e atenção, pois
este pode ser lesivo e mortal aos indivíduos que precisam desse suporte. A
ventilação mecânica altera a mecânica pulmonar e função respiratória. Cabe ao
fisioterapeuta conhecer os aspectos anatômicos fundamentais das estruturas
envolvidas, a fisiologia de tais estruturas e as alterações patológicas. Dentre
as alterações encontradas temos:
- Pneumonia associada à ventilação mecânica
Este tipo de lesão é bastante encontrado
nas unidades de terapia intensiva. É considerado Pneumonia associada a
ventilação- PAV, quando o paciente apresenta pneumonia após 48 horas de
ventilação mecânica, onde é observado aspectos como: sinais sistêmicos de
infecção (febre, taquicardia, taquipnéia, leucocitose e etc.), infiltrados
pulmonar e evidencias de infecção no parênquima pulmonar. A fisioterapia
respiratória faz parte das medidas de prevenção a PAV, pois uma higiene
brônquica bem feita pode evitar a proliferação de bactérias de origem pulmonar.
- Alteração nos músculos ventilatórios
Estudos mostram que após 48 horas de
ventilação mecânica invasiva, ocorre um decréscimo da força muscular, devido ao
trofismo muscular, dano nas miofibrilas, e remodelamento do diafragma. Desta
forma o fisioterapeuta deverá traçar um plano de treinamento muscular com o
intuito de fortalecer a musculatura fraca.
- Alteração na hemodinâmica
Essas alterações se relacionam com a
diminuição do débito cardíaco e da pressão arterial, devido a uma redução do
retorno venoso o que leva a uma diminuição da pré-carga dos ventrículos. Esse
fator pode acontecer devido ao uso de uma PEEP alta, podendo levar a uma
hiperdistensão alveolar e conseqüentemente a uma compressão das arteríolas
levando a um espaço morto alveolar (zona 1de West).
- Elevação da pressão intracraniana
No caso de pacientes que apresentam uma
pressão intracraniana elevada, devem-se tomar algumas precauções, pois a
ventilação mecânica com altos níveis de PEEP leva à diminuição do retorno
venoso do território cerebral e o conseqüente aumento da PIC.
- Barotrauma
O barotrauma é um tipo de lesão que
ocorre devido a uma hiperdistensão alveolar. Dentre as alterações patológicas
encontramos: pneumotórax, enfisema pulmonar intersticial, pneumomediastino,
pneumopericárdio e pneumoperitônio. Essa lesão é gerada devido a altos picos de
pressão durante a ventilação mecânica.
- Volutrauma
O volutrauma é um tipo de
lesão decorrente da utilização de volumes elevados, desta forma ocorre uma
alteração na fisiologia e morfologia do pulmão. Este tipo de lesão leva a edema
pulmonar, alterações importantes na permeabilidade, aumento da filtração e
lesão alveolar difusa, ela também pode ocorrer devido a abertura e fechamento
cíclicos dos alvéolos. Além disso, a tração exercida por áreas de atelectasia
sobre o parênquima normal pode contribuir para as alterações.
- Infecção
Durante o uso da ventilação mecânica é utilizado uma via aérea artificial que serve como condutor do oxigênio (tubo orotraqueal), esta via artificial permite o acesso de patógenos à traquéia e vias respiratórias inferiores, levando a um maior risco de pneumonia. Além disso, as bactérias gram-negativas que colonizam o trato gastrointestinal podem alcançar o trato respiratório através de refluxo e aspiração do conteúdo gástrico.
Referências:
1- PRESTO Bruno Lombaerde Varella.
Damázio Luciana. Fisioterapia na UTI. 1ºed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2009
2- Vera Lúcia Jornada Krebs & Eduardo
Juan Troster. Complicações da ventilação mecânica. Artigo de revisão.
São Paulo- SP.
3- http://www.concursoefisioterapia.com/2011/03/complicacoes-relacionadas-ventilacao.html
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