quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Influência farmacológica no paciente crítico

Todo paciente criticamente enfermo internado em uma Unidade de Terapia Intensiva, sob suporte ventilatório necessita receber medicações com a finalidade de restaurar e manter seus órgãos e funções o mais próximo do fisiológico possível. Além disso,a ventilação mecânica, que muitas vezes é necessária, produz no organismo efeitos indesejáveis, que precisam ser revertidos, sob pena de ser mantida a função ventilatória, porém alterada a função de outros sistemas do organismo.

Serão aqui discutidas brevemente as indicações e ações de alguns tipos de fármacos mais comumente usados em Unidade de Terapia Intensiva.

Drogas Vasoativas

O termo droga vasoativa é atribuído às substâncias que apresentam efeitos vasculares periféricos, pulmonares ou cardíacos, sejam eles diretos ou indiretos, atuando em pequenas doses e com respostas dose dependente de efeito rápido e curto, através de receptores situados no endotélio vascular. Então, na maioria das vezes, é necessário o uso da monitorização hemodinâmica, invasiva, quando da utilização dessas substâncias, pois suas potentes ações determinam mudanças drásticas tanto em parâmetros circulatórios como respiratórios, podendo, do seu uso inadequado, advirem efeitos colaterais indesejáveis, graves e deletérios, que obrigam sua suspensão.

Essas drogas têm ação, principalmente, sobre os parâmetros que regulam o DC. Este é determinado pelo produto do volume sistólico (VS) e freqüência cardíaca (FC). O VS depende das pressões e dos volumes de enchimento ventricular (pré-carga), da contratilidade do miocárdio e da resistência ao esvaziamento ventricular (pós-carga). A FC é determinada pela capacidade de reação cronotrópica do coração à estimulação simpática, durante a reação de estresse. O objetivo principal da utilização de drogas vasoativas é otimizar a relação DO2/VO2 , distribuindo-se adequadamente o suprimento de O2 em face da demanda metabólica alterada dos diferentes órgãos e tecidos, na tentativa de se preservar a função bioquímica celular.

As drogas vasoativas mais empregadas são as catecolaminas, também denominadas aminas vasoativas ou drogas simpatomiméticas. Dentre elas, destacam-se a noradrenalina (NA), a adrenalina, a dopamina, a dopexamina, a dobutamina e o isoproterenol. As ações das catecolaminas são determinadas pelas suas ligações às três classes principais de receptores: alfa, beta e dopa. Os efeitos das catecolaminas são dose dependentes,sendo que o aumento da liberação endógenadessas substâncias, em situações de estresse, ocupaos receptores, diminuindo os que estão disponíveis parainteração com as drogas de administração exógena.

O uso de drogas com ação vasodilatadora é útilnos casos em que a reposição volêmica adequada e aotimização do DC com os agentes inotrópicos, já mencionados,não reverteram a condição de baixo débito,persistente. O uso de vasodilatadores não altera significativamentea freqüência cardíaca, visto que há um aumentodo volume sistólico, em resposta à queda daresistência vascular, sistêmica, induzida por essas drogas. Os vasodilatadores podem ser classificados,genericamente, de acordo com seu sítio de ação emvenodilatadores (nitratos e nitroglicerina), arteriolodilatadores(hidralazina) e de ação mista (nitroprussiatode sódio, prazozin, inibidores da ECA e clorpromazina).Particularmente, o vasodilatador mais utilizadoem terapia intensiva é o nitroprussiato desódio.

Sedativos

Em terapia intensiva, os principais objetivos dasedação incluem reduzir a resistência à ventilaçãomecânica, tratamento de distúrbios psiquiátricos ouproblemas relacionados à abstinência de substânciasde abuso, restauração da temperatura corpórea, reduçãoda ansiedade, facilitação do sono e redução dometabolismo. Em casos de traumatismo craniano,o objetivo da sedação pode incluir a indução do coma, a fim de promover o “silêncio elétrico” (EEC burstsupression, do inglês) do cérebro, reduzindo sua necessidademetabólica. A sedação pode ser definida entre um simplesestado de cooperação, com orientação espaçotemporale tranqüilidade ou apenas resposta ao comando,podendo incluir ou não a hipnose. Parase avaliar o grau de sedação, empregam-se inúmerasescalas, sendo a mais utilizada aquela proposta porRamsay.

Entre os agentes farmacológicos disponíveispara a sedação, os opióides são drogas que, além doseu efeito analgésico, promovem sedação importantee são empregados em pacientes requerendo ventilaçãomecânica, pois inibem a ventilação, bem como oreflexo de tosse. São empregados em associação comos benzodiazepínicos ou com o propofol. Os maiscomumente empregados são o fentanil, alfentanil,sufentanil e a morfina.

Os benzodiazepínicos (BZD) são as drogas maisamplamente utilizadas na UTI. Os BZD possuem excelentesqualidades sedativas hipnóticas e ansiolíticas,associadas à ação anticonvulsivante e relaxante muscular. Os dois principais BZD disponíveis para administraçãointravenosa no Brasil são o midazolam(Dormonid ®) e o diazeparn (Valium ®).

O propofol (Diprivan ®) é uma droga anestésica,capaz de induzir desde a sedação até uma hipnose profunda. Em comparação com omidazolam, o propofol está associado com mais rápidarecuperação dos efeitos clínicos e eletroencefalográficos.

Os barbitiíricos ainda são utilizados, porém comfreqüência cada vez menor, devido à extensão da meiavidade eliminação após infusão, que resulta emacúmulo nos tecidos periféricos (muscular e sobretudogorduroso). O tiopental (Thionembutal ®) ainda éo mais empregado.

Bloqueio neuromuscular (Curarização)

A curarização resulta da ação de drogas (curares) na junção neuromuscular, que, atuando, na maioria das vezes, corno antagonistas competitivosda acetilcolina. Clinicamente, se expressa pela paralisia muscularflácida ou pela fraqueza muscular generalizada. A curarização está indicadaem pacientes com baixa complacência torácica oupulmonar, naqueles desadaptados à ventilação mecânicae naqueles nos quais existe um risco debarotrauma devido às pressões elevadas das vias aéreas.Nas modalidades de ventilação com relação I:Einvertida e naquelas com geração de altos volumespor minuto, a curarização pode ser indicada.Dentre os agentes curarizantes, pode-se destacar o pancurônio, atracúrio, vecurônio, rocurônio e o mivacúrio, porém o pancurônio é o curare mais utilizado em UTI.

O bloqueio neuromuscular, por tempo prolongado,pode induzir a uma disfunção neuromuscular,caracterizada por fraqueza muscular generalizada,tetraparesia, arreflexia, progredindo até a paralisiaflácida, persistente por dias ou meses. Em alguns pacientes,uma associação entre curare e corticoterapia,em altas dosagens (mal asmático, transplantadohepático) foi observada. Deve ser diferenciada dapolineuropatia da UTI, que ocorre por ocasião dasepse, na ausência da administração de qualquercurare.

Analgesia sistêmica

A infusão intravenosa contínua, de um opióide é uma técnica preferível à administração intermitente, em “bolus”. Deve-se acelerar a administração inicial sistêmica para atingir uma concentração analgésica eficaz mínima (CAEM), em um período curto de tempo.

Vale ressaltar que a dor é mais intensa nas horas que seguem o trauma ou a cirurgia, reduzindo-se, progressivamente, nos dias consecutivos. É muito mais intensa nos procedimentos torácicos ou abdominais altos e um pouco menor nos procedimentos do abdômen inferior, extremidades e procedimentos sobre a superfície cutânea. Assim, parece lógico, administrar-se precocementea associação de AINEs com opióides potentes(meperidina>nalbufina = morfina >alfentanil>fentanil>sufentanil, em ordem crescente de potência)e os anestésicos locais. Particularmente, estes últimos são eficazesem abolir a dor à movimentação, tarefa impossível,quando da utilização exclusiva de opióides. Amedida que a dor se reduz, os opióides potentes sãosubstituídos por opióides fracos (tramadol. codeína,propoxifeno) e, finalmente, são suprimidos. Ameperidina ou petidina (Dolantina ®, Dolosal ®) mereceum pouco mais de atenção devido ao seu potencialde toxicidade e interação medicamentosa. A morfina possui um efeito mais prolongadoem pacientes renais crônicos, pois seus metabólitosativos possuem excreção renal.

Antibióticos

Pacientes internados em instituições de saúde estão expostos a uma ampla variedade de microorganismos patogênicos, principalmente em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde o uso de antimicrobianos potentes e de largo espectro é a regra e os procedimentos invasivos é rotina. Esses pacientes estão sujeitos a riscos de 5 a 10 vezes maior de adquirir infecção que aqueles de outras unidades de internação do hospital, além de mais vulneráveis intrinsecamente à infecção, são freqüentemente expostos aos fatores de risco tais como: procedimentos invasivos, cirurgias complexas, drogas imunossupressoras, antimicrobianos e as interações com a equipe de saúde e os fômites.

Antibiótico é nome genérico dado a uma substância que tem capacidade de interagir com micro-organismos unicelulares ou com seres pluricelulares que causam infeções no organismo. Os antibióticos interferem com os micro-organismos, matando-os ou inibindo seu metabolismo e/ou sua reprodução, permitindo ao sistema imunológico combatê-los com maior eficácia.Qualquer infecção bacteriana pode e deve ser tratada com antibióticos. Infecções por vírus não melhoram com antibióticos e, portanto, não devem ser tratados com os mesmos. Assim, infecções com vírus devem ser tratadas com antivirais (quando necessário), infecções por fungos devem ser tratadas com antifúngicos, infecções por parasitas devem ser tratadas com antiparasitários e infecções por bactérias devem ser tratadas com antibióticos.

Dentre os antibióticos usados em UTI, temos (alguns exemplos): as penicilinas (amoxicilina), cefalosporinas (cefalexina), inibidores de beta lactamases (amoxacilina-clavulanato), carbapenos (meropenem), aminoglicosídeos (gentamicina), polimixinas (polimixina B e E),glicopeptídeos (vancomicina),macrolídeos (azitromicina), quinolonas (ciprofloxacino), anaeróbios (metronidazol), antifúngicos (anfotericina B).

Os antibióticos representam um item de alto consumo em hospitais, em particular nas UTIs. A inadequação e o uso abusivo de antibióticos e a falta de critérios na escolha do tratamento empírico, são fatores determinantes para o surgimento de diversos microorganismos resistentes em uma unidade de terapia intensiva, por isso sua prescrição e administração devem ser feitas de forma racional e baseada nos critérios clínicos.

Conclusão

Foi visto então que diferentes tipos de líquidos e drogas normalmente são administradasaos pacientes da Unidade de Terapia Intensiva. É preciso anotar os tipos de medicamentos e as suas doses, pois muitas drogas podem interferir com os objetivos fisioterapêuticos na UTI. Os pacientes mais graves e instáveis necessitam de muitos medicamentos, como por exemplo, as aminas vasopressoras, drogas que controlam a função cardiocirculatória. Assim, tratamentos fisioterapêuticos que envolvem aumento da pressão inspiratória ou da PEEP durante a VM ou até mesmo certos posicionamentos corporais escolhidos, mesmo que momentâneos, podem interferir seriamente na função hemodinâmica destes pacientes e agravar o quadro. Os sedativos e analgésicos podem reduzir o nível de consciência e o "drive" respiratório do paciente e por fim, dificultarem o desmame da VM, mas são necessários para controlar o grau de ansiedade e dor. Também é necessário atenção em relação ao risco de infecção, nos cuidados de assepsia na realização das condutas e procedimentos eressaltando que a fisioterapia respiratória bem feita, através da higiene brônquica, reduz os riscos de infecções respiratórias. A recomendação é que as metas terapêuticas para cada paciente sejam discutidas em conjunto com toda a equipe, para que todo o tratamento (farmacológico ou não) seja bem sucedido e para que as terapias e procedimentos não interfiram nos resultados uns dos outros.

Bibliografia

Slullitel, A. Sousa, AM. Analgesia, sedação e bloqueio neuromuscular em UTI. Medicia, Ribeirão Preto, 31: 507-516, out./dez. 1998.

Ostini, FM. et al. O uso de drogas vasoativas em Terapia Intensiva. Medicia, Ribeirão Preto, 31: 400-411,jul./set.1998.

Moura, M.E.B. et al. Infecção hospitalar: estudo de prevalência em um hospital público de ensino. Rev. Bras. Enferm, vol. 60, no. 04, jul./aug. 2007.

Escrita pela especializanda: Juliana Nasu Tomiyama

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O uso de Pressão positiva nas Vias Aéreas via EzPAP®

O uso de Pressão positiva nas Vias Aéreas via EzPAP®

A RPPC ou respiração com pressão positiva contínua nas vias aéreas consiste na aplicaçãoterapêutica de uma PEEP durante a respiração espontânea, de forma que seja ministrado um alto fluxo de mistura gasosa durante a fase inspiratória e níveis ajustáveis de PEEP na fase expiratória (AZEREDO, 1994);baseado nestefundamento, a técnica de utilização do EzPAP® tem se mostrado eficiente no tratamento e prevenção de atelectasias, aumento da reexpansão pulmonar e facilitação para a higienização brônquica.



O diferencial básico na utilização do EzPAP® é que ele é um dispositivo de baixo custo, e diferentementede outras modalidades, capazes de proporcionar PEP terapia (como o RPPI), a pressão positiva nas vias aéreas com oEzPAP® aumenta durante a expiração e diminui durante a inspiração e no caso da RPPI, a pressão nas Vias Aéreas retornam à pressão atmosférica durante a expiração. No caso da técnica com o EzPAP® há uma favorecimento para um aumento da Capacidade Residual Funcional (AARC ClinicalPracticeGuideline, 1993), pois utiliza-se do Efeito Coandă, de forma que a fonte de gás é “amplificada” em até 4 vezes em relação à sua fonte inicial; por exemplo, um fluxo de 8 L/min entregará cerca de 32 L/min ao paciente com a utilização da peça de EzPAP®, criando assim, uma pressão positiva nas Vias Aéreas do paciente.


Vantagens da utilização do EzPAP®:

· Circuito “paciente/PEEP” integrados

· Baixocusto de aplicação

· PressãoPositivaInspiratória e Expiratória

· Pausarespiratória com pressãopositiva

· Aplicação versátil com máscara ou bocal

· Permite terapia por inalação e nebulização

· Pressão de terapia pode ser monitorada através de manômetro de pressão.

· Pode ser ministrado à pacientes em pós-operatórios sob sedação e que não respondem ao inspirômetro de incentivo

· Pacientes incapazes de desempenhar respirações profundas durante exercícios em função de dor ou ausência de cooperação

Passos a serem seguidos na utilização do EzPAP®:

· Ajustar a taxa de fluxo . Começar com 5 L/min e aumentaraté a pressão positiva desejada;

· Começar com pressão de 5cm H2O podendo ser ajustada à pressão máxima de 20 cm H2O

· Instruir o paciente para inspirar e expirar normalmente através da peça bucal ou máscara (quando consciente ou com capacidade de compreensão preservada);

· Verificar e monitorar a pressão de terapia.

Indicações:

· Atelectasia

· Pacientes com dificuldade para respiração profunda devido à dor ou ausência de cooperação

· Pacientes com dificuldade para seguir instruções básicas de treinos respiratórios e consequentemente, uma respiração inadequada

· Pacientes com a habilidade inspiratória comprometida ou inadequada

· Potencializar pacientes submetidos à RPPI

· Potencializar a administração de medicamentos em conjunto à abertura das Vias Aéreas

Referências Bibliográficas:

· AARC Clinical Practice Guideline: Use of PAP Adjuncts to Bronchial Hygiene Therapy.Respir.Care 1993; 38, p. 516-520

· AZEREDO, C. A. C. Ventilação Mecânica – Invasiva e Não Invasiva. Rio de Janeiro: Revinter, 1994.

· Vídeo de Instruções para utilização do EzPAP® da DHD Healthcare Corporation emhttp://www.youtube.com/watch?v=daXC_Y-7W2E

· Vídeo de Instruções para utilização do EzPAP® da UC San Diego – Schoolof Medicine/ DivisionofPulmonary&CriticalCare Medicine em http://www.youtube.com/watch?v=bIb7LPUM2yU

Esp. José Alexandre Pires de Almeida - Pós graduando em fisioterapia intensiva SOBRATI MANAUS/ FISIOCURSOS MANAUS

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Controle Central da Respiração



Controle Central da Respiração

A respiração possui tanto o controle voluntário quanto o involuntário. O controle voluntário existe para que possamos realizar outras funções na qual sem ele seria impossível de realizar, um exemplo disso é a fonação. O controle involuntário nos mantém respirando maior parte do tempo, pois durante a maior parte do tempo nem nos lembramos de estarmos respirando.

O processo automático da respiração origina-se em impulsos, que vem do tronco cerebral. A natureza periódica da inspiração é controlada por neurônios localizados na ponte e médula, os quais são denominados centros respiratórios.

São reconhecidos três grupos principais de neurônios:

Centro respiratório medular na formação reticular da medula abaixo do assoalho do quarto ventrículo, este compreende duas áreas:

Grupo respiratório dorsal (GRD) – Encontra-se no núcleo do feixe solitário, e recebe os aferentes dos pares dos nervos cranianos IX e X (glossofaríngeo e vago). Enviam eferentes para os motoneurônios frênicos, no diafragma, e para o grupo respiratório ventral (dois tipos d

e neurônios respiratórios).

Grupo respiratório ventral (GRV) – Possui neurônios inspiratórios que enviam eferentes para os músculos intercostais e escalenos, e neurônios expiratórios, comandando os músculos abdominais. Localiza-se no nível dos núcleos retro e para-ambíguo. Recebe informações do GRD e o funcionamento dos centros descritos, ainda está sendo elucidado e sua compreensão ainda não é completa. A teoria mais aceita atualmente é a da “inibição fásica”. Nessa teoria, um ativador da inspiração central estimularia as células do GRD. A inspiração seria então provocada pelas células alfa. Entretanto, quando estimuladas às células beta até certo limiar, have

ria a inibição do gerador da atividade inspiratória central, e assim interrupção da inspiração e o início da expiração espontânea.

Centro pneumotáxico – Encontra-se no núcleo parabraquial medial e atua modulando a interrupção da inspiração. Essa interrupção se dá através de variados estímulos químicos ou mecânicos. Pode também transmitir sinais hipotalâmicos para os centros bulbares, o que explicaria as respostas ventilatórias às emoções e às variações de temperatura.

Centro respiratório apnêustico localiza-se na porção inferior da protuberância e envia impulsos elétricos para o núcleo respiratório dorsal, prevenindo ou retardando o ponto limitante do Sinal Inspiratório em Rampa. Isto é, tem uma função oposta à do centro pneumotáxico. O volume pulmonar aumenta progressivamente e apenas, ocasionalmente, ocorrem pequenos suspiros expiratórios. A função deste centro ainda não está totalmente esclarecida, mas é provável que em associação com o centro pneumotáxico controle a profundidade e duração da inspiração.

No contexto do controle da ventilação é crucialmente importante que os grupos musculares operem de maneira coordenada e isso constitui responsabilidade do controlador central. Um quimiorreceptor é um receptor que responde a uma alteração na composição química do sangue ou outros fluidos em torno de si.

Os quimiorreceptores mais importantes no controle da respiração são os:

Quimiorreceptores periféricos – São dois tipos: carotídeos (localizados na divisão da artéria carótida comum em externa e interna). São pequenos nódulos rosados de baixo peso. Possuindo vascularização especial, suas fibras nervosas se reúnem no IX par craniano (glossofaríngeo). Estipula-se que a resposta à hipóxia seja quase que totalmente consequência do estímulo dos corpos carotídeos. A acidose induz a hiperventilação e a alcalose o oposto (hipoventilação).

Aferentes vagais bronco parenquimatosos – Possuem papel preponderante na regulação do ritmo respiratório, já que com a vagotomia, há uma redução em 50% da frequência respiratória.

Mecanorreceptores – Situados ao longo da árvore brônquica, nas vias respiratórias centrais e conectados às grandes fibras mielinizadas. São sensíveis ao estiramento e, portanto, à insuflação pulmonar. A adaptação é lenta, e representa o clássico reflexo de inibição de Hering-Breuer: inspiração chama a expiração. Ao se manter a distensão pulmonar, a apnéia é mantida.

Receptores de irritação – Fibras mielinizadas oriundas no epitélio nasal e da árvore brônquica. São ativados por variações significativas da pressão intra-pulmonar, pelo CO2 alveolar, pela inalação de gases irritantes, por mediadores histamínicos, etc. Seu papel é broncomotor.

Receptores J – Localizados no interstício pulmonar, em contato com os capilares. Por isso são chamados de justacapilares. Inervação é amielínica e as informações são transportadas pelas fibras C. A ativação destes receptores provoca taquipnéia.

Receptores musculares – São receptores dos músculos estriados, encontrados nos músculos respiratórios.

Variações no conteúdo sanguíneo de CO2 afetam os centros respiratórios e circulatórios. Um aumento na pressão parcial de CO2 leva a um aumento da freqüência respiratória e a uma vasoconstrição em diversas regiões. Isto favorece a eliminação de CO2 e diminui a formação do mesmo nos tecidos. Na falta de O2 ocorre uma intensificação da atividade cardíaca e respiratória cuja finalidade é corrigir a absorção e o transporte de O2.

Pós graduanda Silvana de Carvalho Araújo- Pós graduação em fisioterapia intensiva

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

SOBRATI DESTACA-SE NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES INTENSIVISTAS

SOBRATI DESTACA-SE NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES INTENSIVISTAS

Ji - Jornal do Intensivista

Profissionais de todos estados brasileiros estão participando ativamente no Programa Nacional de Formação de Professores e Especialistas Intensivistas da SOBRATI em nível de Especialização e Mestrado Profissionalizante.

O Programa oferece a oportunidade de receber protocolos clínicos interdisciplinares, atuação e discussão avançada em síndromes universais.

O método implementado é fruto de amplo trabalho e pesquisa nas UTIs e serviço emergencial e é coordenado nacionalmente pelo médico intensivista e emergencista Dr Ferrari.

Segundo o mesmo o objetivo é formar professores intensivistas com perfil ético, humano e qualificados. Implementam técnicas e aulas interativas com discussão interdisciplinar.

São mais de três mil profissionais treinados que trabalham em hospitais e colaborando no atendimento e no ensino público e privado com experiência profissionalizante.

" A SOBRATI ACREDITA NA MUDANÇA, NO AMOR E NO SER HUMANO ESPIRITUALIZADO QUE EXISTE NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE - EDUCA, ENSINA E FORMA UMA NOVA GERAÇÃO QUE TERÁ O PRIVILÉGIO DE RECEBER E TRATAR O PACIENTE E SUA FAMÍLIA - INTENSIVISTAS QUE ACREDITAM QUE TODO BRASILEIRO PODE E DEVE TER UM LEITO DE UTI A SUA ESPERA - UM LEITO DE ESPERANÇA - UM LEITO DE SUPERAÇÃO - ACREDITA NA CRIAÇÃO E NOS HOMENS E MULHERES QUE AGEM CONFORME A SUA CONSCIÊNCIA PARA O BEM DA HUMANIDADE E NA DIGNIDADE HUMANA. PARABÉNS PROFISSIONAIS PROFESSORES INTENSIVISTAS DA SOBRATI - UM ORGULHO PARA O BRASIL "

" SOBRATI, UM SONHO QUE SE TORNOU REALIDADE "

NOSSOS AGRADECIMENTOS À TODOS SÓCIOS, DIRETORES, PROFESSORES, ESPECIALIZANDOS, MESTRANDOS, DOUTORANDOS E PROFISSIONAIS QUE COLABORARAM NA FORMAÇÃO DA MAIOR SOCIEDADE MUNDIAL DE UTI.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Programa TRAINNEE em Fisioterapia Intensiva.

Programa TRAINNEE em Fisioterapia Intensiva.

Um dos mais inovadores programas de treinamento e atualização profissional permite que o acadêmico de fisioterapia vivencie diariamente o ambiente da Unidade de Tratamento intensivo em toda a sua totalidade. Tal programa consiste basicamente no treinamento de técnicas básicas e avançadas para prestação de serviços aos pacientes criticamente enfermos internados na UTI.

Enfatizando o processo de ensino-aprendizagem, o foco principal são as dúvidas dos Trainnes, participantes do programa que tem a duração de 20 dias totalmente desenvolvidos dentro do ambiente da UTI, passam pelo processo de vivência da humanização, interação com a equipe interdisciplinar de intensivistas, suporte básico e avançado de vida e ventilação mecânica básica.

Com um grupo restrito de participantes e sob a supervisão de profissionais e pós graduandos em fisioterapia intensiva, proporcionam aos alunos a mais completa vivência sob o aspecto das responsabilidade e habilidades concernentes ao fisioterapeuta intensivista.

De forma ininterrupta, as turmas são formadas a partir de 3 alunos com o máximo de 05. Devido à flexibilidade do programa o aluno escolhe quando e como cumprirá a carga horária proposta e ao final do programa é conferida a certificação com o aval da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva, a maior sociedade de terapia intensiva da América Latina.

Para fazer parte deste grupo o futuro Trainne deve comparecer a sede situada na rua Berlim, 12- Terceiro andar e agendar o período da realização do programa junto a nossa diretoria de ensino e pesquisa pelos telefones 32382563/ 84256441.

Estamos aguardando a todos os interessados na capacitação profissional cada vez mais aprofundada, reflexiva e baseada nos conhecimentos teórico-práticos que fazem desta especialidade uma das mais complexas dentre as demais atuações do fisioterapeuta.

sábado, 4 de fevereiro de 2012


Avaliação Fisioterapêutica na UTI

Especializanda: Ivana A. de Oliveira

Palavras-chave: avaliação, tratamento, diagnóstico

Com o crescimento no campo da Fisioterapia Intensiva, as exigências quanto a melhorias nas habilidades de uma avaliação competente à beira leito são cada vez mais necessárias e de suma importância ao que diz respeito principalmente a um correto direcionamento ao tratamento que promova, da forma mais rápida possível, a evolução positiva desse paciente.

De acordo com Sarmento (2007), sem uma avaliação adequada é impossível desenvolver um plano de tratamento apropriado. É através da avaliação que se permite identificar as alterações apresentadas pelo paciente e traçar os objetivos e as condutas fisioterapêuticas. Essa avaliação deve ser constante para identificar se os objetivos estão sendo atingidos ou se outras alterações podem surgir.

Existem vários protocolos que podem ser seguidos como critério de avaliação, normalmente ficando a cargo do Fisioterapeuta.

Mediante estudos realizados por Riella (et al, 2011), rotineiramente, na primeira parte deverá conter os dados pessoais do paciente, como nome, idade, endereço, número de registro do hospital, data da internação, além do diagnóstico e motivo de admissão. A segunda parte resume a história clínica e a avaliação fisioterapêutica.

A natureza das diferentes informações pertinentes ao fisioterapeuta na disposição dos

dados em uma avaliação foram divididos em variáveis principais e importantes:

· Sinais vitais: temperatura, pressão arterial, freqüência respiratória e cardíaca, ausculta pulmonar.

· Exames laboratoriais: dados importantes de informação sobre o estado geral do paciente (hemodinâmico e metabólico).

· Imagens: dados de informação sobre possíveis conseqüências pulmonares, cardíacas,

neurológicas e ortopédicas causadas pela patologia.

· Intercorrências: acompanhamento detalhado do paciente desde sua entrada na UTI até o momento atual, sobre possíveis problemas ocorridos durante este período.

· Anamnese: observação direta e rápida do paciente sobre seu estado atual.

· Exame físico: coleta e observação de dados pertinentes às patologias específicas de cada paciente, relacionados ao tipo de tórax, padrões respiratórios, grau de sedação, noções espacial e temporal do paciente, sinais clínicos.

· Objetivos do tratamento: texto livre de responsabilidade do fisioterapeuta acerca dos

objetivos estipulados visando a melhora e as necessidades do paciente no momento.

· Conduta fisioterapêutica: texto livre e esclarecedor sobre os procedimentos e técnicas

aplicadas no paciente para melhora do quadro clínico (RIELLA, et al 2011).

Normalmente, o exame físico do paciente começa pela observação do nível de consciência. Inicialmente é verificado se o paciente está acordado ou não, isso irá determinar qual escala será usada para a avaliação. Se o paciente estiver acordado, com ausência de sedação, opta-se pela utilização da Escala de Glasgow. Se o paciente estiver sedado, opta-se pela utilização da Escala de Ramsey.

Em seguida, a avaliação neurológica se faz necessária a fim de identificar possíveis comprometimentos do sistema nervoso central que necessite de intervenção imediata. Fatores como apresentação das pupilas e sensibilidade, capacidade de falar, tônus muscular e mobilidade são essenciais para avaliar possíveis lesões.

Os dados gasométricos são importantes principalmente para os pacientes que estejam em ventilação mecânica para que sejam verificados os níveis dos gases de forma invasiva, por tanto mais fidedigna. Esses dados serão interpretados de forma que garantam a devida programação dos parâmetros ventilatórios adequados a cada paciente.

Os registros de acompanhamento são realizados, normalmente, toda vez que o paciente for submetido ao tratamento fisioterapêutico, resultando numa evolução temporal dos dados do paciente. Assim, toda vez que este for acompanhado pela Fisioterapia, seus dados são anotados e arquivados para que possam ser consultados, por medida de controle e evolução, por outros profissionais da saúde, de maneira a exercer uma equipe multidisciplinar dentro de uma UTI. Como exemplo, pode-se citar um histórico das imagens obtidas desde o primeiro atendimento fisioterapêutico até o atual, a fim de se comparar uma visível melhora e/ou piora do quadro, ou até mesmo estipular novas terapias e condutas (RIELLA, et al 2011).

Baseado nessas informações, Sarmento (2007) conclui que são vários os fatores que devem ser avaliados diária e constantemente para assegurar um bom atendimento ao paciente, já que aqueles de terapia intensiva estão sujeitos a alterações hemodinâmicas, cardíacas, respiratórias e neurológicas. Uma equipe multiprofissional com conhecimento e experiência poderá diminuir a morbidade e mortalidade desses pacientes.

Referências

SARMENTO, G. J. V. Fisioterapia Respiratória no Paciente Crítico – Rotinas Clínicas. 2ª edição. Manole. 2007.

CHY, Anny, RIELLA, Caroline Leitão, CAMILOTTI, Bárbara Maria, ISRAEL, Vera Lucia - PEP: Critérios de avaliação fisioterapêutica em UTI – Soc. Bras. de Informática em Saúde 2011. Acesso: 01.02.2012