sábado, 11 de fevereiro de 2012

Controle Central da Respiração



Controle Central da Respiração

A respiração possui tanto o controle voluntário quanto o involuntário. O controle voluntário existe para que possamos realizar outras funções na qual sem ele seria impossível de realizar, um exemplo disso é a fonação. O controle involuntário nos mantém respirando maior parte do tempo, pois durante a maior parte do tempo nem nos lembramos de estarmos respirando.

O processo automático da respiração origina-se em impulsos, que vem do tronco cerebral. A natureza periódica da inspiração é controlada por neurônios localizados na ponte e médula, os quais são denominados centros respiratórios.

São reconhecidos três grupos principais de neurônios:

Centro respiratório medular na formação reticular da medula abaixo do assoalho do quarto ventrículo, este compreende duas áreas:

Grupo respiratório dorsal (GRD) – Encontra-se no núcleo do feixe solitário, e recebe os aferentes dos pares dos nervos cranianos IX e X (glossofaríngeo e vago). Enviam eferentes para os motoneurônios frênicos, no diafragma, e para o grupo respiratório ventral (dois tipos d

e neurônios respiratórios).

Grupo respiratório ventral (GRV) – Possui neurônios inspiratórios que enviam eferentes para os músculos intercostais e escalenos, e neurônios expiratórios, comandando os músculos abdominais. Localiza-se no nível dos núcleos retro e para-ambíguo. Recebe informações do GRD e o funcionamento dos centros descritos, ainda está sendo elucidado e sua compreensão ainda não é completa. A teoria mais aceita atualmente é a da “inibição fásica”. Nessa teoria, um ativador da inspiração central estimularia as células do GRD. A inspiração seria então provocada pelas células alfa. Entretanto, quando estimuladas às células beta até certo limiar, have

ria a inibição do gerador da atividade inspiratória central, e assim interrupção da inspiração e o início da expiração espontânea.

Centro pneumotáxico – Encontra-se no núcleo parabraquial medial e atua modulando a interrupção da inspiração. Essa interrupção se dá através de variados estímulos químicos ou mecânicos. Pode também transmitir sinais hipotalâmicos para os centros bulbares, o que explicaria as respostas ventilatórias às emoções e às variações de temperatura.

Centro respiratório apnêustico localiza-se na porção inferior da protuberância e envia impulsos elétricos para o núcleo respiratório dorsal, prevenindo ou retardando o ponto limitante do Sinal Inspiratório em Rampa. Isto é, tem uma função oposta à do centro pneumotáxico. O volume pulmonar aumenta progressivamente e apenas, ocasionalmente, ocorrem pequenos suspiros expiratórios. A função deste centro ainda não está totalmente esclarecida, mas é provável que em associação com o centro pneumotáxico controle a profundidade e duração da inspiração.

No contexto do controle da ventilação é crucialmente importante que os grupos musculares operem de maneira coordenada e isso constitui responsabilidade do controlador central. Um quimiorreceptor é um receptor que responde a uma alteração na composição química do sangue ou outros fluidos em torno de si.

Os quimiorreceptores mais importantes no controle da respiração são os:

Quimiorreceptores periféricos – São dois tipos: carotídeos (localizados na divisão da artéria carótida comum em externa e interna). São pequenos nódulos rosados de baixo peso. Possuindo vascularização especial, suas fibras nervosas se reúnem no IX par craniano (glossofaríngeo). Estipula-se que a resposta à hipóxia seja quase que totalmente consequência do estímulo dos corpos carotídeos. A acidose induz a hiperventilação e a alcalose o oposto (hipoventilação).

Aferentes vagais bronco parenquimatosos – Possuem papel preponderante na regulação do ritmo respiratório, já que com a vagotomia, há uma redução em 50% da frequência respiratória.

Mecanorreceptores – Situados ao longo da árvore brônquica, nas vias respiratórias centrais e conectados às grandes fibras mielinizadas. São sensíveis ao estiramento e, portanto, à insuflação pulmonar. A adaptação é lenta, e representa o clássico reflexo de inibição de Hering-Breuer: inspiração chama a expiração. Ao se manter a distensão pulmonar, a apnéia é mantida.

Receptores de irritação – Fibras mielinizadas oriundas no epitélio nasal e da árvore brônquica. São ativados por variações significativas da pressão intra-pulmonar, pelo CO2 alveolar, pela inalação de gases irritantes, por mediadores histamínicos, etc. Seu papel é broncomotor.

Receptores J – Localizados no interstício pulmonar, em contato com os capilares. Por isso são chamados de justacapilares. Inervação é amielínica e as informações são transportadas pelas fibras C. A ativação destes receptores provoca taquipnéia.

Receptores musculares – São receptores dos músculos estriados, encontrados nos músculos respiratórios.

Variações no conteúdo sanguíneo de CO2 afetam os centros respiratórios e circulatórios. Um aumento na pressão parcial de CO2 leva a um aumento da freqüência respiratória e a uma vasoconstrição em diversas regiões. Isto favorece a eliminação de CO2 e diminui a formação do mesmo nos tecidos. Na falta de O2 ocorre uma intensificação da atividade cardíaca e respiratória cuja finalidade é corrigir a absorção e o transporte de O2.

Pós graduanda Silvana de Carvalho Araújo- Pós graduação em fisioterapia intensiva

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