terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Ventilação Mecânica na Asma

Ventilação Mecânica na Asma

Especializanda: Aline Láurea

Fisiopatologia

Asma é uma doença inflamatória das vias áreas, caracterizada por episódios recorrentes da obstrução ao fluxo de ar reversível espontaneamente ou com uso de medicações. A crise aguda da asma muitas vezes é controlada no pronto-socorro, com medicações broncodilatadoras. Entretanto, uma pequena parcela dos pacientes não responde ao tratamento inicial e precisa de suporte ventilatório.

O principal mecanismo fisiopatológico responsável pela insuficiência respiratória nos asmáticos é a alta resistência de vias aéreas. A resistência aumentada ao fluxo é a mais critica na fase expiratória e leva a um aumento do esforço respiratório, a hiperinsuflação e ao desenvolvimento de auto-PEEP. Quando não há resposta adequada ao uso de broncodilatadores, o paciente pode evoluir para fadiga respiratória e retenção de CO2, que precisam ser prontamente tratadas.

Ventilação Mecânica

O uso de ventilação não-invasiva em asmáticos pode ser utilizado em pacientes admitidos na UTI que ainda não apresentam fator de gravidade como ausência do murmúrio vesicular, acidose grave, instabilidade hemodinâmica ou alteração do estado de consciência. A intubação deve ser feita se o paciente não apresentar melhora rápida com o uso de ventilação não-invasiva.

No uso de ventilação não-invasiva é importante ressaltar que esse paciente já apresenta hiperinsuflação pulmonar. Geralmente ocorre um erro comum ao programar altos valores de pressão nas vias áreas para se obterem volume-minuto alto. Em sua maioria esses pacientes são hiperinsuflados e apresentam auto-PEEP, o uso dos autos picos de pressão podendo ocasionar altas pressões alveolares e aumentar bastante o risco de pneumotórax.

A ventilação mecânica é feita inicialmente no modo pressão controlada-PCV, não sendo possível utiliza-se o modo de volume controlado com a onda de fluxo decrescente. Para redução da auto-PEEP , devem ser utilizados no modo volume controlado, altos fluxos expiratórios e baixa freqüência respiratória para aumentar o tempo expiratório e permitir um esvaziamento pulmonar adequado.O cuidado para ser evitado um barotrauma deve ser sempre tomado.

Apresentando o paciente melhora do broncoespasmo, o desmame deve ser iniciado. A pressão se suporte é preferível para limitar a pressão alveolar e observar a freqüência respiratória do paciente que não deve elevar-se pelo risco da retorno da auto-PEEP.

Parâmetro

Valor Preconizado

1. Volume corrente

5-8 mL/kg

2. Frequência respiratória

8-12/min

3. Fluxo inpiratório

5-6 x volume minuto

4. Pico de pressão

<50 cmH2O

5. Pressão de platô

<30 cmH2O

6. Auto PEEP

<15 cmH2O

7. PaCO2

>40 e <90 mmHg

8. pH

>7,2

9. PaO2

>80 e <120mmHg

Rodrigues-Machado, Maria da Glória. Bases da fisioterapia respiratória: terapia intensiva e reabilitação/Maria da Gloria Rodrigues Machado. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2008.

Piva, JP e Garcia, PCR. Ventilação mecânica em pediatria. Em Piva,J, Carvalho,P e Garcia, PC: Terapia Intensiva em Pediatria, 2ª edição, 1990.

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