HIPERVENTILAÇAO PULMONAR
PALAVRA-CHAVE: Hiperinsuflação manual, fisioterapia respiratória, bag squeezing.
A manobra de Hiperinsuflação Manual, também conhecida como bag squeezing, foi descrita em 1968 por Clement e Hubsch. Consiste em uma série de excursões respiratórias amplas, profundas, com uma pausa inspiratória de 3 segundos, seguida de rápida expiração para simular a tosse. É uma técnica freqüentemente utilizada pelo fisioterapeuta no Centro de Terapia Intensiva (CTI) para assistir ao paciente sob ventilação mecânica, tanto na prevenção do colapso pulmonar e retenção de secreções, como no tratamento de atelectasias e infecções bronco pulmonares. Originalmente, esta manobra era realizada de forma manual, por meio de uma bolsa ressuscitadora, tipo AMBU, acoplada ao paciente através de uma máscara facial, peça bucal ou um tubo endotraqueal, um volume de aproximadamente 1 litro com oxigênio puro era liberado a cada compressão da bolsa e as pressões nas vias aéreas ficavam entre 20 e 40 cm H2O. O princípio fisiológico do seu funcionamento consiste nas fases da tosse. Dois profissionais eram necessários para a realização deste procedimento, um, primeiramente, aplicava as hiperinsuflações pulmonares pela compressão da bolsa, média de 6 compressões lentas e consecutivas, seguidas de um pausa inspiratória e rápida liberação, o outro profissional, em seguida, realizava vibro-compressões manuais no tórax do paciente. Este método era denominado de "bag squeezing". As secreções mobilizadas para as vias aéreas centrais eram removidas por meio da aspiração traqueal ou tosse. Outros autores como, Windsor HM, Harrison GA, Nicholson TJ - "Bag squeezing method" a physiotherapeutic tecnique. Med J Aust, 1972; 2: 829-832, nos anos seguintes, propuseram novas formas de aplicação da técnica.
A hiperinsuflaçao manual tem eficácia em pacientes entubados e dependentes de ventilação mecânica por que promove o aumento de fluxo inspiratório passivo e da taxa de fluxo expiratório, simulando assim a mecânica da tosse. A técnica deve ser associada à compressão dinâmica das vias aéreas para melhorar a higiene brônquica. Stiller8 relatou a melhora na complacência pulmonar e na oxigenação até duas horas após o tratamento. Paratz et al.verificaram em 16 pacientes sob ventilação mecânica, com média de idade de 65 anos, a melhora da mecânica respiratória e da troca gasosa. O excesso de volume corrente gerado e o aumento da pressão nas vias aéreas podem causar danos ao paciente como volutrauma e barotrauma. Esse barotrauma e volutrauma secundários podem, por sua vez, causar extravasamento de ar, proteínas e fluídos da via aérea e vasos, para dentro do tecido pulmonar; podendo causar assim pneumotórax, pneumomediastino, derrame pleural e edema pulmonar. A queda na saturação de oxigênio pode observada em algumas crianças, especialmente as de menor idade. Eventos adversos mais tardios foram relatados, como a rigidez pulmonar, a diminuição das trocas gasosas e a presença de edema pulmonar. O efeito da HM sobre a condição cardiocirculatória dos pacientes tem sido discutido, para esclarecer o que é adaptação fisiológica à manobra, e o que configura desequilíbrio que pode colocar o paciente em risco de complicações e morte.
Apesar de existirem poucos estudos demonstrando a eficácia da hiperinsuflação por meio do ventilador mecânico como recurso fisioterapêutico, o seu uso parece ser uma alternativa mais segura em relação ao reanimador manual para instituição da hiperinsuflação terapêutica em UTI.
ESPECIALIZANDO: CAMILO GONÇALVES TÉLES DA SILVA
REFERENCIAS
http://www.pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/1246.pdf Impacto hemodinâmico e respiratório da técnica da Hiperinsuflação manual em crianças sob ventilação mecânica, Publicado em: 08/03/2008) Acesso em 05/11/20011.http://fisioterapiaemterapiaintensiva.blogspot.com/2008/09/hiperinsuflao-pulmonar-com-o-ventilador.html(Manobra de Hiperinsuflação pulmonar com ventilador mecânico, Publicado em: 16/09/2008) Acesso em 05/11/2011.http://rbti.org.br/rbti/download/artigo_2010614155711.pdf(O Uso da Hiperinsuflação como Recurso Fisioterapêutico em Unidade de Terapia Intensiva, Publicado em: 06/07/2007) Acesso em: 05/11/2011.
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