quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A INFLUÊNCIA DO ORTOSTATISMO PASSIVO SOBRE OS ASPECTOS HEMODINÂMICOS DE PACIENTE ONCOLÓGICO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA - ESTUDO DE CASO


A INFLUÊNCIA DO ORTOSTATISMO PASSIVO SOBRE OS ASPECTOS HEMODINÂMICOS DE PACIENTE ONCOLÓGICO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA - ESTUDO DE CASO

XAVIER¹, D. S.; MENDONÇA, D.²; GLORIA, D. S.²; BAHIA, B. L.²; ROCHA, P. M. N.²; BARBOSA, H. N.²

Fisioterapeuta, Mestre em Terapia Intensiva

Fisioterapeuta, Especializando (a) em Fisioterapia Intensiva

INTRODUÇÃO

O ortostatismo passivo através da prancha ortostática é uma forma terapêutica muito utilizada nos países desenvolvidos, porém pouco evidenciada no Brasil, com presença de poucos trabalhos científicos. Essa terapêutica é importante, pois a mesma promove estímulos sensoriais, podendo melhorar o nível de consciência, neutralia a postura flexora freqüentemente adotada no leito, favorece à descarga de peso bipodal, que promove a prevenção de osteoporose por imobilismo, exigindo maior controle autonômico (VELAR & JUNIOR, 2008). A mobilização realizada precocemente é a melhor forma de prevenir os efeitos adversos do repouso prolongado na UTI, como as desordens do aparelho locomotor, maximizando a velocidades e o retorno das atividades funcionais que eram realizadas (LUQUE, et al.,2010). O objetivo deste trabalho é demonstrar a efetividade e segurança terapêutica da implementação do uso da prancha ortostática junto ao serviço de fisioterapia na unidade de tratamento intensivo, bem como relatar os efeitos do ortostatismo sobre as variáveis hemodinâmica no tratamento do paciente oncológico.

MATERIAIS E MÉTODOS

O estudo baseou-se na busca de artigos científicos dados SCIELO, LILACS e MEDLINE. Para procura, foram utilizados os seguintes descritores: Prancha Ortostática, Ortostatismo passivo, Orthostatism, Tilt table. Após análise de literatura foi realizado um estudo de caso com uso da prancha ortostática em um paciente que encontrava-se na UTI da Fundação CECON-AM.

Para a realização do ortostatismo foi estabelicido um protocolo. Primeiramente foi observado se o paciente apresentava-se com os sinais vitais nos seus valores normais ou próximos da sua normalidade, de forma que isso não fosse um fator impeditivo para a realização do ortostatismo passivo. Depois, foi realizado higiene brônquica no paciente com o uso de shaker (3x10 repetições), aspiração endotraqueal. Em seguida o paciente foi colocado na prancha ortostática ISP®. O paciente foi submetido ao ortostatismo passivo com progressão da ângulação da prancha ortostática de aproximadamente 15 em 15 graus com intervalos de um minuto entre cada mudança de angulação. Quando o paciente atingia aproximadamente 90 graus ele permancecia na posição por 5 minutos e em seguida retornava a posição inicial de forma progressiva novamente. Foi observado antes, durante e imediatamente após os sinais vitais do paciente e sempre era mantido o diálogo com o paciente com intuito de acalmar o paciente e saber como o relato do mesmo o como ele estava se sentindo.

CASO CLÍNICO

Paciente E.O.S., sexo: M, pardo, 16 anos, com diagnóstico: neoplasia de mediastino + massa pulmonar, IRpA, síndrome da veia cava superior. No primeiro dia de realização da prancha ortostática, o paciente encontrava-se no seu 54 dia de internação na UTI, sob ventilação mecânica no modo: PSV, PS: 14cmH2O, PEEP: 5cmH2O, FiO2: 30%, obtendo aproxima um Vt: ± 0,581L/Min. Durante o ortostatismo passivo o paciente apresentou os sinais vitais com valores satisfatórios com uma variação pouco significante, como demonstrados na Tabela e gráfico 1.

1° Dia

Foi realizado novamente o ortostatismo passivo após dois dias, onde o paciente encontrava-se 56 dia de internação na UTI, respirando em ar ambiente, onde verificou-se as variáveis de sinais vitais, de forma que seus valores mais uma vez não apresentaram-se com grande significância De acordo com os dados hemodinâmicos expostos, Houve uma pequena alteração na frequência cardíaca, frequência respiratória e pressão arterial, porém não foi alterações em valores significante, nos demonstrando que não houve riscos significantes ao paciente. Quanto a SpO2, foi possível observar que durante a fase de ortostatismo houve um leve aumento nos valores, demonstrando que ocorre uma melhora das trocas gasosas durante o ortostatismo passivo.

Este fato é confirmado por Chang, et al (2004), que relata que os benefícios do uso da prancha ortostática são: deslocamento do paciente, ganho de força dos membros inferiores, melhora do nível de consciência no coma, redução do tônus muscular, prevenção de atrofia muscular, facilitar o desmame ventilatório, prevenir úlceras de pressão, melhorar a oxigenação e ventilação alveolar.

É justificável sob o aspecto custo-benefício incluir a prancha ortostática no protocolo de fisioterapia enquanto medida terapeutica eficaz e segura. No entanto, faz-se necessário realizar estudos científicos ramdomizados, para maiores esclarecimentos quanto a eficácia do método.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHANG T.A.; BOOTS R.; HODGES W.P.;, PARATZ J. Standing with assistance of a tilt table. Intensive care: Asurvey of Australian physiotherapy

practice. Aus J Physiotherapy. V. 50, P. 51-54, 2004.

LUQUE, A.; MARTINS, C. G. G.; SILVA, M. S. S.; LANZA, F. C.; GAZZOTTI, M. R. Prancha ortostática nas Unidades de Terapia Intensiva da

cidade de São Paulo. O Mundo da Saúde-São Paulo: V: 34, P. 225-229, 2010.

VELAR, C. M.; JUNIOR, G. F. Ortostatismo passivo em pacientes comatosos na UTI – Um estudo preliminar. Revista Neurociência, V. 16, P. 16-

19, 2008.

www.sobratimanaus.com

www.fisioterapiamanaus.com.br

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