Pós-graduanda Dra. Edinângela Silva
O infarto agudo do miocárdio é a morte dos cardiomiócitos decorrente de um déficit sanguíneo prolongado, sendo causada por trombose ou vasoespasmo sobre uma placa aterosclerótica1.
No Brasil o infarto agudo do miocárdio é considerado a principal causa isolada de morte apresentando 60.080 de falecimentos. Calcula-se que, a cada 5 a 7 indivíduos que sofre de IAM um vai a óbito, constituindo uma alta taxa de mortalidade2.
Justifica-se que o grande número de óbitos ocorrido antes do atendimento hospitalar está associado à falta de conhecimento da dor do IAM, em idosos, em baixa condição socioeconômica, no gênero feminino e no uso medicação sem o conhecimento prévio do médico, retardando a procura pelos serviços emergencias. Lembrando que o atraso no atendimento emergencial comumente acarretará em um grande número de óbito, desta forma, a rapidez na procura pelo atendimento é imprescindível2. Aproximadamente 30% dos casos de IAM resultam em óbito, em torno de 15% ocorrem nas primeiras duas horas do episódio e 14% morrem antes do atendimento médico1.
O infarto agudo do miocárdio acomete cerca de 92% da população adulta. Em jovens a doença atinge em menor proporção, podendo ser explicado através de sua etiopatogenia, anatomia e do próprio prognóstico. Após contraí esta patologia no ápice de sua carreira, comumente leva a abalos psicológicos e socioeconômicos. Outro fator importante é a incidência no sexo feminino com idade superior ao do sexo masculino em 10 anos, e também por apresentar maior incidência de hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, doenças coronarianas. O auto índice de mortalidade no sexo feminino ainda não está bem elucidado, acredita-se que alguns fatores podem contribuir, como: a idade mais avançada, pela diferença da incidência dos diversos fatores de risco, ou se há uma cooptação entre sexo, morbidade e mortalidade após a doença3.
O diagnóstico deve ser feito de acordo com as características clínicas, alteração eletrocardiográfica e na elevação dos marcadores bioquímicos de necrose. Vale a pena salientar que o eletrocardiograma é a principal ferramenta para diagnosticar e definir um procedimento. Apresenta-se como particularidades principais, dor pricordial em aperto direcionado para esquerda de forma intensa e com longa duração. Além disso, o paciente fica apreensivo e impaciente devido o desconforto precordial4.
A má qualidade de vida, a obesidade, histórico familiar, diabetes, estresse, sedentarismo, tabagismo, colesterol alto contribuem para o desenvolvimento da doença5.
O oxigênio é habitualmente utilizado na fase aguda da doença, porém, o aumento dessa terapia não significa grandes benefícios em pacientes não hipoxêmicos, podendo levar ao desenvolvimento da resistência vascular periférica e da pressão arterial sistêmica. A monitorização da saturação sanguínea de oxigênio também deve ser realizada, assim como, a gasometria arterial, além do suporte ventilatório se houver necessidade e tratamento medicamentoso6.
Referências Bibliográficas
1. Pesaro AEP, Serrano Jr. CV, Nicolau JC. Infarto agudo do miocárdio – síndrome coronariana aguda com supradesnível do segmento ST. Rev Assoc Med Bras 2004; 50(2):214-20.
2. Mesquita ET et al. III Diretriz sobre tratamento do infarto agudo do miocárdio. Sociedade brasileira de cardiologia. Arquivos brasileiros de cardiologia - volume 83, suplemento IV, setembro 2004.
3. Conti RAS et al. Comparação entre homens e mulheres jovens com infarto agudo do miocário. Arq. Bras. Cardiol, volume 79 (nº 5), 510-7, 2002.
4.Piegas LS et al. III diretriz sobre tratamento do infarto agudo do miocárdio. Sociedade brasileira de cardiologia. Arquivos brasileiros de cardiologia. Vol. 83, suplemento IV, setembro de 2004.
5.Amorim AAD, Ferreira MRC, Souza CA. Ações educativas de enfermagem ao paciente apresentando quadro agudo do miocárdio. Create PDF with PDF4U.
6.Andrade JP et al. IV diretriz da sociedade brasileira de cardiologia sobre tratamento do infarto agudo do miocárdio com supradesnível do segmento ST. Disponível em http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2009/diretriz_iam_9306supl2.pdf
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