Treinamento Muscular Inspiratório na U.T.I.
Para ALVES, T.K ; NAJAS, C. A musculatura respiratória é de grande importância, sendo ela um dos fatores que determina quando o individuo necessitará de auxilio ventilatório podendo ser invasivo ou não-invasivo. São conhecidos como músculos respiratórios: diafragma, intercostais, escalenos, esternocleidomastóideo e abdominais.
Os músculos respiratórios são considerados músculos esqueléticos estriados, quando se toma por base a origem embriológica, morfológica e características funcionais; porém, músculos respiratórios ao serem comparados aos músculos periféricos, possuem características próprias, como o aumento do fluxo sanguíneo mediante esforço, pela grande capacidade oxidativa e a alta resistência à fadiga.
Dependendo das propriedades desses músculos respiratórios, as unidades motoras que compõe, a estrutura muscular esquelética podem ser: Unidades com alta resistência a fadiga (tipo I); Unidades com resistência intermediária a fadiga (tipo IIa); Unidades com baixa resistência fadiga (tipo IIb).Pode-se dizer então, que a resposta contrátil dependerá da composição de suas fibras.
Assim, músculos ricos em fibras tipo I conseguem suportar atividade de baixa intensidade por períodos longos; já os músculos ricos em fibras tipo II reagem bem a contrações rápidas e fortes. Logo se vê que os músculos respiratórios são uma mistura de fibras tipo I e II, estando preparado para atividades de baixa intensidade e de alta intensidade. Existem fatores que podem estar modificando estas respostas: idade, má nutrição, desuso, treinamento e aumento crônico do trabalho ventilatório.
Sendo que os dois últimos podem levar à adaptação celular com incrementos das enzimas oxidativas, e os outros fatores possivelmente resultam em atrofia tipo I; já a perda de força é resultante de atrofia das fibras tipo II.
Os programas de reabilitação pulmonar (PRP), tem por objetivo aliviar os sintomas e otimizar a função pulmonar, proporcionando ao paciente o nível mais alto possível de independência funcional, por meio de exercícios de condicionamento e fortalecimento muscular.
A fraqueza muscular periférica e respiratória, presente em indivíduos com longos períodos de internação representa fator adicional na intolerância aos esforços, na dispnéia e na qualidade de vida (Sarmiento AR et al 2002).
A participação do programa de reabilitação pulmonar (PRP) oferece resultados positivos para pacientes internados em uma unidade de tratamento intensiva (U.T.I) , como a melhora da tolerância ao exercício físico, redução da demanda ventilatória em esforço submáximo, melhora da eficiência do trabalho, diminuição da dispnéia, melhora nas atividades da vida diária e diminuição dos períodos de internação hospitalar.
Como a fraqueza dos músculos respiratórios pode estar relacionada à redução da tolerância aos esforços, ao aumento da dispnéia e à piora na qualidade de vida, o treinamento específico dessa musculatura vem sendo estudado, mas ainda persistem dúvidas e existem controvérsias a respeito de seus efeitos. Poucos estudos foram realizados comparando o treinamento físico isolado e o treinamento físico associado ao treinamento muscular respiratório.
Segundo Dekhuijzen et al., essa associação potencializa os efeitos da reabilitação pulmonar. Já Larson et al. não observaram melhora significativa na tolerância aos esforços e na qualidade de vida, quando adicionaram o treinamento muscular respiratório ao treinamento físico.
Por tudo isso, podemos analisar a importância de pesquisas sobre este assunto, para comprovar a eficácia do método ou verificar se seu efeito não apresenta importância significativa na reabilitação do individuo, na sua qualidade de vida e num rápido processo de desmame.
Referencias: Sarmiento AR, Orozco-Levi M, Guell R, Barreiro E, Hernandez N, Mota S, et al. Inspiratory muscle training in patients with chronic obstructive pulmonary disease: structural adaptation and physiologic outcomes. Am J Respir Crit Care Med 2002;166:1491-7.
Dekhuijzen R, Folgering HTM, Herwaarden CLAV. Target- flow inspiratory muscle training during pulmonary rehabilitation in patients with COPD. Chest 1991;99:128-33.
Larson JL, Covey MK, Wirtz SE, Berry JK, Alex CG, Langbein WE et al. Cycle ergometer and inspiratory muscle training in chronic obstructive pulmonary disease. Am J Respir Crit Care Med 1999;160:500-7.
ALVES, T.K ; NAJAS, C.A Fisionet: Importância da Musculatura Respiratória no Processo de Desmame em Pacientes Submetidos a Ventilação. Sexta-feira, 1 de Abril de 2011.
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