Síndrome
da Veia Cava Superior. (SVCS)
Autor:Thiago Barros de Moraes
Supervisor: Daniel Xavier
É o conjunto de sinais e
sintomas decorrente de uma obstrução na veia cava superior, causando uma estase
venosa no segmento braquiocefálico, que podem esta relacionadas a trombose, compressão extrínseca, invasão
direta da veia cava por processos patológicos adjacentes ou a combinação destes
fatores.
Estes sinais e sintomas se agravam conforme o aumento da pressão na
veia cava superior e suas tributarias, o vai apresentar uma dispneia
progressiva, ortopneia e tosse que se agravam em posição prona, e em pouco
tempo, este paciente em pouco tempo, só será capaz de respirar apenas em
posição ortostática e ficara impossibilitado de se deitar-se.Ocorre edema
progressivo da face, pescoço e membros superiores, nota-se também uma coloração
cianótica característica da pele que torna-se bem evidente no decúbito.
Conforme a pressão venosa intracraniana aumenta, podemos observar o
aparecimento de cefaleia, vertigem, confusão mental, estupor e até a perda da consciência, a menos que um
procedimento descompressivo e eficaz seja realizado, são pacientes que sobrevém,
ao óbito por anóxia cerebral e/ ou insuficiência respiratória.
A fusão das veias
braquicefálicas direita e esquerda, na porção superior do mediastino médio
forma a veia cava superior, esta estrutura, portanto recebe a drenagem venosa
da cabeça, pescoço, membros superiores e caixa torácica, desemboca no átrio
direito e tem 7cm de extensão. A situação anatômica da veia cava superior,
associada a baixas pressões dos vasos, a torna facilmente compressível por
processos expansivos em estruturas adjacentes.
A obstrução da VCS por
compressões extrínseca pode ser por patologias benignas ou malignas, que na
maioria dos casos esta relacionada a patologias que envolve mas especificamente
o pulmão direito e acometimentos dos gânglios linfáticos ou estruturas
mediastinais. Ex. Mediastinite Fibrosante, Colangite Esclerosante, Sarcoidose,
Fibrose pós RT, etc. A obstrução Intrínseca tem relação com Infiltrados
neoplásicos e tromboses. Ex. Trobose de cateter Venoso Central (CVC), nesses
casos, estas complicações são iatrogênicas, que podem ou não esta relacionada a
erros médicos.
As complicações malignas tem
uma prevalência de 85% dos casos onde temos Neoplasias do Pulmão com 75% -80%,
Linfoma com 8% – 10%, Timona, Tumores Mediastinicos e Metástases com 8% - 10%
dos casos. Já as complicações benignas possui uma prevalência baixa de 10% -
15% dos casos, as patologias relacionadas a obstrução intrínseca podem ser
usadas como exemplo nos casos benignos.
Em relação a VCS, na
transição do seu terço médio para caudal recebe a veia Ázigos que vai esta
relacionada com a formação da circulação colateral, circulação esta que devido
a obstrução do segmento braqicefácilo na VCS, que vai comprometer a drenagem de
sangue do segmento cefálico e membros superiores, vai funcionar como uma
válvula de escape para tentar dar vazão a este sangue proveniente da cabeça e
mmss. A obstrução da veia cava superior leva a alterações importantes nos
trajetos normais de drenagem venosa do segmento cefálico e membros superiores.
Quando a obstrução é acima
da entrada da veia ázigos, o fluxo oriundo do segmento cefálico e membros
superiores drenam através de colaterais para a veia ázigos, alcançando por fim,
o átrio direito. Quando a obstrução inclui a veia ázigos, o fluxo dos sistemas
cefálico, membros superiores e torácicos drena para a veia cava inferior
através de colaterais, especialmente veias torácicas laterais, veias torácicas
internas e sistema ázigos. Vale lembrar que o desenvolvimento das vias
colaterais é um processo lento e gradual. Quando as colaterais ainda não se
formaram, por obstrução aguda, ou não dão vazão ao fluxo sanguíneo, ocorre
hipertensão do sistema venoso braquiocefálico. Nesta condição, ocorre edema
neste território e o paciente fica sintomático, podendo inclusive evoluir com
edema cerebral, provocando sintomas neurológicos, e de pregas vocais,
provocando estridor e insuficiência respiratória.
Os Sintomas vão depender do
tempo de instalação do quadro e do desenvolvimento da Circulação Colateral,
edema facial, pescoço e mmss podem ser observados, assim como a dispneia,
ortopneia, ronquidão e tosse (obstrução das vias aéreas), sincope e letargia
decorrente de edema cerabral. Sinais clínicos como Pletora facial,
taquipneia,distensão venosa no pescoço e tórax também podem ser observadas. A
inclinação para frente ou para trás podem agravar os sintomas.
O seu diagnóstico pode ser
feito por exames de imagem que vão avaliar a integridade de veias e artérias.
Ex. Rx de Tórax, Agio TAC, Ecografia, Venografia e Cintigrafia.
O tratamento tem como
objetivo aliviar os sintomas e principalmente tratar a doença de base. O
tratamento pode ser clínico onde será instituído ate que se inicie um
tratamento mais definitivo, medidas não especificas como repouso, elevação da
cabeça e oxigenioterapia oferecem algum conforto. E dependendo do caso, o
tratamento rádio e quimioterápico, tratamento endovascular e cirúrgico podem
ser indicados.
Para os casos de patologias
benignas o seu prognóstico é favorável com esperança de vida inalterada, já nos
casos malignos a SVCS não tratada, o prognóstico é de 30 dias, já na SVCS
tratada pode chegar a < 7 meses.
Este trabalho foi
apresentado na discussão de casos clínicos da Especialização em Terapia Intensiva no CECON- AM com Especializandos
da IAPES.
Dr.Thiago Barros de Moraes
Fisioterapeuta Intensivista
Fisioterapeuta Intensivista
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